Equipo 6


Actividad realizada por Fabíola F. Munhoz Ferrerira


Treze razões pra não ir pra avenida
(Cuento brasileño)

Não adianta, pra avenida eu não vou! Ali no cruzamento tem cinco crianças pedindo esmola, só neste bairro há cinco cruzamentos iguais a esse, cinco vezes cinco igual a vinte e cinco crianças remelentas risonhas sonhadoras pedindo esmola fazendo malabarismo limpando o pára-brisa que já estava mais do que limpo, como alguém pode sambar em paz com esse espinho espetado no pé?
Não insista, pra avenida eu não vou!
Ontem à noite o morro desmoronou levando de roldão metade da favela, pior do que isso só a enchente do outro lado da cidade só o aguaceiro que arrastou bicicleta táxi ônibus pra cima das casas acuadas, como alguém pode sambar em paz com essa buzina no ouvido?
Já disse, cara, pra avenida eu não vou!
Você não viu na tevê que os deputados e os senadores acabaram de votar eles mesmos o aumento dos respectivos salários, você não viu na tevê o escândalo da venda ilegal de não sei o quê pra não sei quem envolvendo figuras do alto escalão do governo, como alguém pode sambar em paz com essa pedra entalada na garganta?
Não quero saber, pra avenida eu não vou! O povão semi-analfabeto continua dando ibope pra esses showzinhos de realidade cada vez mais artificiais, pra esses programas de auditório cada vez mais imbecis, pra essas novelas cada mais mais estereotipadas, pra esses besteiróis cada vez mais reacionários, haja saco, como alguém pode sambar em paz com esse alicate arrancando as unhas?
Poupe o seu latim, pra avenida eu não vou! Hoje de manhã a polícia correu atrás do traficante que correu atrás da polícia que atirou no traficante que atirou na polícia que atirou no velhote de muleta na fila infinita do pedido de revisão da aposentadoria, como alguém pode sambar em paz com esse maçarico nos joelhos?
Chega de nhenhenhém, pra avenida eu não vou!
Os filhos da puta continuam torturando e estraçalhando camundongo hamster lebre marta cachorro foca raposa chimpanzé veado jaguar pra fazer casaco de pele pra fazer pesquisa científica pra fazer xampu colírio supositório, como alguém pode sambar em paz com essa coleira cada vez mais apertada?
Não torra a paciência, pra avenida eu não vou!
Minha irmã ficou paralítica minha prima entrou em coma minha sobrinha teve parada cardíaca fulana pegou surdez sicrana pegou cegueira beltrana pegou mudez, todas dançaram legal por causa da lipoaspiração anunciada na revista das gostosas, como alguém pode sambar em paz com esses pregos na palma das mãos?
Tá difícil de entender? Pra avenida eu não vou!
Lá do outro lado do mundo é bangue-bangue que não acaba mais, a casa aqui treme todo santo dia até parece que a artilharia palestina tá sempre errando o alvo e explodindo o prédio aqui do lado, até parece que os mísseis israelenses tão sempre enxergando um turbante na nossa cabeça, como alguém pode sambar em paz com esse furo na boca do estômago? Surdo é foda.
Limpa os ouvidos e escuta: pra avenida eu não vou! O prédio onde a minha mãe morava ruiu matando oito pessoas inclusive a minha mãe, tudo por causa do material vagabundo que usaram na sua construção, mesmo assim o dono da construtora tá lá bebericando champanha em Paris, como alguém pode sambar em paz com essas chicotadas nos ombros? Posso repetir quantas vezes você quiser: pra avenida eu não vou!
A meninada do cortiço não tem escola nem café da manhã nem almoço nem jantar e por isso teve que ir apanhar laranja no interior, teve que ir trabalhar nas carvoarias longe do pai e da mãe, a menina maior quis se dar bem na vida foi trabalhar de puta honesta em Portugal se arrependeu e agora não consegue voltar, o cafetão não deixa, como alguém pode sambar em paz amarrado no pau de arara?
Em inglês? I really don’t go to the avenue! Não vou, sabe por quê? Porque o presidente tá sorrindo, percebe? Porque o presidente tá sorrindo gordo e satisfeito na foto do jornal, porque o presidente tá sorrindo o seu sorriso rechonchudo ao lado do sorriso rechonchudo do presidente americano, ao lado do sorriso rechonchudo do presidente canadense, porque todos os presidentes satisfeitos e rechonchudos estão sorrindo na foto do réveillon rechonchudo e sorridente, como alguém pode sambar em paz com tantos caninos grudados na jugular?
Em espanhol? ¡ Yo realmente no voy a la avenida! Seqüestraram, estupraram e mataram a filha da vizinha, a filha de nove anos da vizinha, acharam no matagal atrás do terminal rodoviário o corpinho dela e o da boneca, é, da Barbie que ela ganhou no Natal, como alguém pode sambar em paz com esse focinho ofegante no cangote?
Em alemão? Ich wirklich gehe nicht zur Allee! Não vou porque a União Européia tá boicotando os hortifrutigranjeiros brasileiros, porque há indícios de que policiais militares tão envolvidos no seqüestro do empresário, porque o cara que matava puta e travesti comprou o carcereiro fugiu da cadeia e ainda não foi encontrado, como alguém pode sambar em paz usando uma coroa com tanto espinho?
Ih, que cara é essa? Que foi, cansou de me aporrinhar? Pô, justo agora que você tava quase me convencendo? Eu, hein?! Você desiste muito fácil, colega. Olha só, mudei de idéia, hoje eu quero me acabar antes que o mundo se acabe. Tô doida pra ir pra avenida.

Título: Treze razões para não ir para a avenida
Autor: Nelson de Oliveira
Fuente: http://contosbrasileiros.blogspot.com/2007_09_01_archive.html

Sinopsis:
Cuento que, con sencillez, habla del descontentamiento de un personaje con la posibilidad de celebrar el carnaval en Brasil, cuando hay tanta injusticia social y tristeza sucediendo en el país y en todo el mundo.
El lenguaje es directo, sin vueltas, y al mismo tiempo eficaz en su objetivo de hacer con que el lector piense sobre cuestiones de la realidad dramáticas, como la guerra, la violencia, la corrupción de los gobiernos y la impunidad.  
Para un público joven, ese tipo de texto que atinge directamente el tema que pretende tratar (similar a las letras de músicas RAP) es, no sólo atractivo, como también capaz de revelar que el cuento no necesariamente necesita una estructura convencional de personajes, hechos, desarrollo de la narrativa y fin.
El texto que se pretende trabajar ahora cuenta algo, y lo hace con la simple charla entre dos personas: una que quiere invitar su interlocutor al desfile de carnaval, y otra que rechaza la invitación porque se siente mal y afectada por las cosas malas que acontecen en el mundo.
La muestra de que un cuento se puede producir con maneras de narrar más sencillas y creativas puede ser un incentivo para que los jóvenes también intenten escribir o se arriesguen a convertirse en escritores, hablando sobre los problemas y las alegrías que miran en su entorno.

Objetivo de la actividad
Objetivo general:
Promover la reflexión entre los adolescentes sobre problemas sociales, desigualdades relacionadas con la distribución de riquezas y los efectos de la política sobre los rumbos de la sociedad.
Orientar a los jóvenes sobre el uso de nuevas tecnologías de manera consciente, incentivando su imaginación y su participación ciudadana en la sociedad, a través de la apropiación de los medios de comunicación. 
Objetivos específicos:
1) Presentar a los jóvenes medios de comunicación existentes hoy en día, de fácil acceso por Internet, como weblog, youtube, wikispace y facebook.
2) Incentivar el uso de esas nuevas herramientas tecnológicas con la finalidad de crear diferentes narrativas a partir de un cuento conocido,
3) Despertar la reflexión crítica de los jóvenes sobre la literatura y los nuevos medios de comunicación,
4) Presentar a los jóvenes ejemplos de participación ciudadana a través de los medios utilizados por ellos en clase durante cada encuentro.
5) Incentivar el interés por la lectura, la imaginación y la creatividad,
6) Enseñar a través de la creación de conocimiento colectiva,
7) Enseñar literatura de una manera divertida.

Público:
Jóvenes 14-19 años de edad

Metodología:
La actividad se desarrollará en cuatro sesiones o encuentros:

Primer encuentro
Lectura
El primer encuentro con los alumnos consistirá en hacer con ellos una rueda donde desde el centro el maestro lea el cuento mencionado.
Debate y propuestas alternativas
En seguida, el maestro pregunta a los alumnos si están contentos con el desarrollo de la historia. Y si no lo están, el profesor indaga por qué tienen esa opinión y que cambios harían en la historia. Así, esa primera clase se convierte en un gran bate-papo, donde cada joven puede exponer su punto de vista sobre el relatoy la manera como desea que la historia hubiera terminado.
Después, la profesora pregunta: ¨¿y ustedes piensan que podrían transformar esa historia, modificando su desarrollo y creando un cuento diferente de la manera como quieran?”
Cada uno tendrá un tiempo para responder y después la maestra los invitará a acceder al ordenador, donde conocerán el youtube y sabrán que esa es una herramienta que permite al público divulgar sus propias narrativas, producidas como video.
Tarea en casa y creación de wiki
Como tarea de casa, cada uno deberá escribir la versión diferente a la historia para que, en el próximo encuentro, la profesora, pueda grabarlos contando esa nueva historia. Antes de tal clase, ellos deberán haber publicado sus trabajos en una wiki creada para el taller.

Segundo encuentro
Dramatización y grabación
El profesor deberá llevar maquillaje, gorros, gafas y otros accesorios y vestimentas que tengan que ver con el cuento y con las versiones para la narrativa creadas por los alumnos.
También necesitará una cámara, con la cual pueda grabar a los estudiantes contando su nueva versión para el cuento.
Esa clase es la más dinámica y divertida.

Tercer encuentro
Los estudiantes mirarán sus presentaciones en una pantalla grande y comentarán lo que piensan sobre las experiencias vividas en clase.
En seguida, se les preguntará si les gustaría que eses videos fueran divulgados, lo cual puede hacerse por youtube. Ellos deberán justificar su respuesta.
En seguida, los alumnos son invitados a ver una noticia de televisión sobre el movimiento 15-M y el enfrentamiento de sus participantes con la policía.
Después ellos podrán observar un video publicado en el blog de la Acampada Barcelona del 15-M, donde sea dada otra versión a la historia contada por la emisora de televisión observada anteriormente.
La profesora contextualizará esos materiales e informaciones, explicando pausadamente lo que sucede, y relacionando eses productos comunicativos con la posibilidad de cambio de narrativas a través del uso de los nuevos medios de comunicación.     
Todos serán invitados, entonces, a crear un blog colectivo, donde puedan publicar sus videos para que el público de Internet conozca las diferentes versiones para el cuento inventadas por cada uno de los jóvenes. En ese sitio, la primera entrada será una explicación del proyecto, y la segunda será la versión original del cuento de Nelson de Oliveira trabajado en clase.

Cuarto encuentro
Se publicarán los videos de los alumnos en youtube, y se creará el blog. Todos tendrán conocimiento de la contraseña y de nombre de usuario y serán invitados a publicar su propio video.
Esas informaciones de cómo hacer cada una de las actividades serán compartidas por el maestro en la wiki del taller.
Por fin, los alumnos serán enseñados a crear un facebook, en el caso de que todavía no lo tengan, y publicarán allí el enlace para su blog colectivo, invitando a sus amigos para que conozcan las diferentes versiones creadas por cada uno de los jóvenes para un mismo cuento.

Justificación
Ese plan de trabajo ha sido desarrollado con base en el texto ¨La sociedad multipantallas – rectos para la alfabetización mediática¨, de José Manuel Tornero, que apunta preocupaciones y acciones necesarias para la apropiación de los medios de comunicación por los usuarios. 
También me he inspirado en las clases prácticas de E-learning ofrecidas por el Máster y en la teoría pedagógica constructivista enseñada por el maestro Walter Temporelli.